Uma informação que circula em Brasília deve aumentar a tensão entre Governo e oposição. Nos gabinetes dos parlamentares, principalmente aqueles ligados ao campo bolsonarista, existem comentários de que um recado está sendo dado pelo Planalto.
Nesta terça-feira (27), alguns deputados indicaram que os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem ficar sem acesso a emendas parlamentares, inclusive as impositivas. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo.
O movimento busca, de alguma forma, esvaziar a lista com as assinaturas para abertura do processo de impeachment. Segundo o jornal, a informação foi confirmada por fontes do governo, que classificaram a estratégia como um "recado do que será feito" e não uma ameaça. Segundo as primeiras informações, pessoas ligadas à Casa Civil teriam dito a deputados federais que não haverá negociação das emendas para os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment.
Conforme informações do jornal, o contragolpe do governo foi acordado, inclusive, com Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, que esteve com o presidente Lula em um encontro informal na semana passada.
O número de assinaturas no pedido de impeachment chega a 140, com nomes da oposição e também da base do governo. Entre os signatários estão parlamentares de partidos como o PSD, MDB e Republicanos, que ocupam cargos no primeiro escalão do governo federal.
Os deputados federais do Espírito Santo que já assinaram a lista são: Amaro Neto (Republicanos), Messias Donato (Republicanos), Gilvan da Federal (PL), Evair de Melo (PP) e Da Vitória (PP). A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi quem encabeça a proposta de impeachment, com o objetivo de protocolar o documento na última semana.
A maioria dos signatários é filiada ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal legenda de oposição ao governo Lula. A crise diplomática brasileira com Israel serviu como ponto de partida para as críticas dos parlamentares. Em entrevista à imprensa, Melo atacou as falas de Lula e as classificou como um risco aos acordos comerciais do país.