Embora o clima político entre a Câmara Municipal de Vitória e o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) esteja retornando à normalidade, a sessão de ontem revelou um contraste notável. Durante a sessão o ambiente entre as instituições tiveram momentos de insatisfações e debates acalorados, chegando até mesmo com seus efeitos mais ácidos no subsolo da Prefeitura em Bento Ferreira. Um clima pesado tomou conta dos corredores e nos gabinetes da maioria dos vereadores de Vitória, inclusive de aliados. O motivo foi a derrubada de vetos durante a sessão ordinária, os vereadores conseguiram uma articulação movida pela oposição com apoio de alguns parlamentares da base de Pazolini. A movimentação que foi tratada como "algo inesperado e fora da normalidade, pois esse cenário não é comum na Câmara", comentou um dos assessores parlamentares.
O resultado final teve decisão matematicamente favorável aos parlamentares (17 vereadores votaram para a derrubada dos vetos), isto provocou rachaduras e críticas e fez a temperatura disparar. Discursos mais contundentes logo surgiram, ligações telefônicas acaloradas e troca de mensagens pelo Whatsapp foram cenas que mudaram o ambiente da Câmara. O presidente da Casa, Anderson Goggi (PP) encerrou a sessão com o resultado da votação - portanto, a Câmara derrubou três dos quatros vetos do prefeito. Neste momento, deu início a uma conjuntura política que poderia atrapalhar as relações institucionais e ainda mobilizar no campo de projetos uma ruptura nas relações dos vereadores com o Chefe do Executivo Municipal.
Um dos vetos apresentados por Pasolini foi para votação e posteriormente derrubado, estava relacionado ao Instituto Camilo Neves - a intenção da proposta era conceder o título de utilidade pública para a instituição. A entidade é uma ação social sem fins lucrativos que leva o mesmo nome de seu fundador, que é o vereador de Vitória Camilo Neves (PP). O Instituto atua na área social com práticas esportivas e educacionais para crianças que praticam aulas de futebol e conta com outras modalidades, como jiu-jitsu, pilates, dança e capoeira. E, outro, é do Instituto Cultura Viva que atua em São Pedro e Caratoíra que atende 700 jovens e adolescentes, uma entidade ligada ao 3º Setor.
Com o clima pesado e acirrado, no final da tarde, já quase no início da noite, parlamentares tiveram a informação que uma aproximação de ambos os lados já estaria sendo iniciada na tentativa de reduzir o desgaste institucional e harmonizar a situação. Um dos vereadores que possui uma longa trajetória e experiência na Casa de Leis afirma que "era o momento de buscar uma conciliação entre as partes para mostrar a independência dos poderes. Bem como, reforçar as relações buscando sempre a transparência e o interesse público com base na democracia das decisões da Casa", disse. Na foto que já está nas redes sociais - colocada no iníco da noite - estão o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, o secretário de Governo, Erick Musso e Anderso Goggi. A frase em destaque é "Construíndo poíticas públicas que mudam a vida de quem mais precisa!
Assim, a aproximação teve efeito (foto), uma evidente demonstração que os pontos e as divergências das interpretações estão dentro do contexto político das relações institucionais entre os Poderes constituídos. Todavia, este momento crítico teve a atenção e os olhares do Palácio Anchieta, algumas interpretações que saíram de pessoas próximas ao grupo do governador Renato Casagrande (PSB) já contavam numa trajetória de permanência desta situação política de conflito e desgaste.