As declarações de representantes do PT no Espírito Santo em relação a uma futura indicação do deputado federal, Helder Salomão para o governo em 2026 criou um ambiente de maior intensidade entre as principais figuras políticas do campo conservador e de centro no ES. Neste momento, alguns partidos já começam a alinhar o posicionamento na intenção de montar blocos de oposição ao PT e com efeitos colaterais também no PSB do governador Renato Casagrande. Lembrando que o Republicanos pode liderar esta largada de confronto, pois há um espaço demarcado pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini para uma disputa ao Palácio Anchieta, contrariando as expectativas dos socialistas. E, ainda, Pazolini tem ao seu lado o deputado federal, Evair de Melo (PP) que é um dos parlamentares do campo da oposição ao Governo Federal e que agora conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma possível disputa ao Senado. O próprio deputado afirma "que a direita capixaba precisa se organizar para conquistar posições, sendo crucial disputar a corrida ao Palácio Anchieta e reforçar o trabalho já realizado pelo senador e presidente estadual do PL, Magno Malta".
Assim, com a possibilidade da indicação de um nome do PT para o Palácio Anchieta, é certo que haverá uma elevação da temperatura no discurso destes blocos partidários, criando uma turbulência até mesmo dentro do conjunto de partidos que apoiam as orientações do governador Renato Casagrande. E, isto, torna-se interessante pelo efeito direto para o Republicanos, pois terá na sua composição política nomes que já possuem comportamento eleitoral contrários ao presidente Lula e também ao governador.
Um dos nomes que surge no campo da oposição neste momento e que vai fortalecer este impacto é o de Carlos Manato, que atualmente está no PL. Porém, expõe movimentos em direção ao grupo dos Republicanos e seus aliados. "Sou do diálogo e da democracia, conversei com alguns partidos para trabalhar a indicação do meu nome para uma vaga para o Senado, alguns já demonstraram que as portas estão abertas. Tenho boas relações com o presidente do partido Erick Musso" disse à reportagem pelo telefone. Assim, há informações de uma inclinação de Manato para uma composição visando 2026. É, isto, poderá contribuir para o fortalecimento do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini numa conjuntura que vai resultar para aproximar nomes que já atuam na linha estratégica de oposição no Espírito Santo.
Lembrando que na eleição de 2022, o próprio Manato (ao lado de sua esposa, a médica Soraya Manato), representou o campo de oposição no ES contra o governador Renato Casagrande - que naquele momento buscava a reeleição. Os números da votação demonstraram que Manato obteve no 2º turno 46,20% dos votos e Casagrande teve 53,80%. Esta eleição foi marcada por uma disputa de perfil ideológico e narrativas que conseguiram levar o pleito para o 2º turno, com destaque para o município de Vila Velha em que a diferença de votos foi de apenas 4% (levando em conta a região metropolitana).
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Nos bastidores é certo que as movimentações do PT no Espírito Santo, principalmente geradas pelo núcleo político em Brasília, desencadearam uma escala com projeção cada vez mais evidente para trazer ao cenário um posicionamento rigoroso de blocos de oposição em terras capixabas. Desta forma, este processo político já tem a participação de Manato que poderá ser mais um aliado às ações políticas de Pazolini, não descartando neste momento também a participação da ex-deputada federal Soraya Manato (PP). Neste tabuleiro, surgem fortes indícios que podem estimular a união de forças políticas do campo conservador dando maior visibilidade à possibilidade para fortalecer o Republicanos na disputa ao Palácio Anchieta com apoio do partido no ES e da executiva nacional.
Ainda sobre o município canela verde, surge demonstrações de uma oposição mais acirrada contra um aliado de Casagrande, que é o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos). Pois, é público e notório que ex-secretario de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, através de suas redes sociais, faz críticas constantes ao prefeito. E, com este novo cenário aliado as projeções para 2026, setores ligados à oposição apontam que Ramalho também vai crescer no embate em Vila Velha, fazendo movimentos que apontam seu nome à Câmara Federal.
PH vai dar as cartas pelo PSD no ES
Nestas condições surgem mais elementos políticos dentro do jogo para a sucessão de Casagrande, o ex-governador Paulo Hartung tem na sua agenda para os próximos dias a filiação no PSD liderado por Gilberto Kassab. O partido tem uma das maiores bancadas no Senado e o maior número de prefeitura do país, além de estar com projeções ampliadas do fundo partidário que em 2024 recebeu mais de R$ 427 milhões, ficando somente atrás do PL, PT e União Brasil. Segundo, políticos ligados ao ex-governador a intenção do grupo é que PH coloque o nome para disputar o Senado. Em 2020, o partido recebeu R$ 180 milhões, portanto teve um crescimento percentual de 137,8%.
Neste contexto geral, outro impacto é no MDB, que tem na linha de condução política a importante posição de ter o vice-governador Ricardo Ferraço como uma alternativa de Casagrande para sua sucessão. É considerado o principal nome para ocupar a cadeira de governador, porém esbarra na posição do PT que alinha para ter candidato próprio. Isto, também expõe uma inconsistência dos partidos que ocupam espaços dentro do próprio governo de Casagrande.