O Presidente Lula (PT) começou em Brasília a atrair com mais intensidade o PSD, que é liderado por Gilberto Kassab, criando assim um mecanismo de maior proteção aos interesses do PSB e PDT em terras capixabas. A minireforma ministerial que Lula vai promover, em breve, vai dar mais espaços para o PSD. Justamente, neste momento, em que a sigla apresenta o ex-governador Paulo Hartung como o seu mais novo integrante. No Palácio do Planalto, há uma indicação que o Ministério da Justiça seja cotado para o partido de Kassab, que hoje já tem o Ministério da Agricultura.
Este aceno, exclusivamente ao PSD, move intenções calculadas do PT nacionalmente. Isto, no Espírito Santo, deve afetar qualquer movimento do ex-governador, agora no PSD, na direção ao Palácio Anchieta. Até mesmo, pela relação do PT, PSB e também da nova conjuntura o PDT - que tem no comando estadual, o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal. É cada vez mais forte as informações da executiva nacional do PSB sobre a articulação visando a eleição para 2026. Para tanto, seus membros já aprovaram a negociação na intenção de unir um projeto de construção nacional com o PDT. Para ressaltar, em 2020, PSB e PDT fizeram alianças em algumas capitais do país.
É, isto, ficou evidente nos argumentos do presidente do diretório estadual do PSB no ES, Alberto Gavini, numa entrevista que concedeu ao site www.bastidoresdapoliticaes.com.br durante a convenção do PDT, no Centro de Convenções em Vitória. Diante das perguntas, ele disse que a presença dele naquele evento, como liderança do partido, era especial. "O PDT e o PSB têm posturas muito próximas de centro-esquerda. E, existe, uma possibilidade de termos uma federação", acrescentou.
Quando questionado sobre as possibilidades do PDT apresentar Vidigal para a disputa ao Palácio Anchieta em 2026, ele foi enfático em dizer que Vidigal "tem todo o potencial para este caminho". Indicou, no mesmo momento, que existem também possbilidades de outros atores políticos, como o vice-governador Ricardo Ferraço do MDB.
Movimentos de Paulo Hartung dentro do PSD no ES
O ex-governador tem uma postura e discurso político que alcança os bastidores de Brasília. Principalmente, neste momento, de construções e arranjos partidários em que cada sigla inicia os primeiros rascunhos para os acordos municipais em 2025.
A chegada dele ao PSD fomenta basicamente o interesse do ex-governador numa disputa para 2026, porém com efeitos para o próximo semestre. Recentemente, ele participou de reuniões com a presença de Roberto Carneiro que atualmente reside em São Paulo, pois ocupa a presidência estadual do Republicanos na Capital paulista. E na mesma semana, o ex-governador Paulo Hartung teve um encontro com Haroldo Corrêa Rocha, José Carlos da Fonseca Júnior e a ex-secretária do Tesouro, a economista Ana Paula Vescovi. Já, as declarações do presidente nacional dos Republicanos, Marcos Pereira, é que, "se acontecer uma divisão dentro do centro-direita, isto poderá facilitar o avanço dos interesses petistas", frisou.
Portanto, o conjunto das articulações políticas em Brasília e em São Paulo trazem possibilidades para que o PSD no Espírito Santo busque o "livre-arbítrio" diante das decisões nacionais. Porém, poderá criar também, uma interpretação nas lideranças estaduais do PT, na direção de colocar o ex-governador na disputa ao Senado Federal. Evitando assim, um choque político em 2026 com os partidos como o PDT e PSB, ambos aliados nacionalmente com Lula. Uma antelação do PSD é formar acordos regionais visando posições de vantagens nas eleições ou simplesmente decretar neutralidade e liberar seus correligionários. No caso, do ES, fica explicíto, que o movimento partidário é para marcar um território estratégico trazendo no atual cenário o ex-governador.
Brasília: PSD emplaca apoio ao Governo Lula
Para se ter uma ideia das fortes movimentações de Lula com o PSD, o líder do partido na Câmara Federal, o deputado da Bahia, Antônio Brito orientou favoravelmente à regulamentação da reforma tributária e ao pacote de gastos, duas propostas de interesse do Planalto. Incialmente, havia uma rebelião do partido no Congresso em apoiar as decisões do Governo. É importante lembrar, que o partido pode em 2025 presidir a Comissão Mista do Orçamento (CMO). Esta Comissão é responsável para analisar todo o orçamento da União.